terça-feira, 25 de maio de 2010



Procure-me, mas finja que não me viu.
Enquanto me finjo desconcentrada,
Converse com todos ao nosso lado,
Depois me cumprimente sem receio.
E sem jeito, conte sua piada,
Que mesmo sem graça, darei risada.
Conte-me contente sua visagem,
Que mesmo tola e exagerada,
Fingirei-me ébria e enredada.
E se te atrapalhares, cuidado!
Tropeces com timidez, mas não caia!
Acho fofo você envergonhado...
Aí, chegue mais perto e se sente.
E depois, finalmente, seduza-me!
Esbarre sua mão em mim sem querer.
No fulgor do meu rosto, se aproveite,
Por favor, adiante-se e me beije!
Provoque o toque e vamos daqui.
Nosso corpo e o tempo a pulsar!
Somos antulho, beija-flor, colibri...
Veja o liquor se transubstanciar
Em algo doce, quente e lúbrico,
Pra você me irromper, me sublimar.
Sua mão, sua boca que abismos,
Por onde despenco, deliro, explodo...
Ao final, de alegrias me fadigue.
E tonto se despeça de mim louca,
E amanhã, outro dia, outra vez,
Vai saber, pode ser que você ligue...

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